Existem diversos fatores sociais, psicológicos e biológicos que explicam a maior ocorrência de uso, abuso e dependência de bebidas alcoólicas entre homens, quando comparado com o público feminino.
Culturalmente, as mulheres sempre tiveram uma espécie de permissão social para falar sobre seus sentimentos e sofrimentos muito maior do que os homens. Essa diferença, ao longo de gerações, fez com que os homens tivessem uma menor autoeficácia para gerenciar suas emoções e pode representar um importante fator de risco.
Durante muitos anos, em muitas culturas, os homens não foram autorizados, estimulados e ensinados a falar sobre seus afetos e sentimentos. Consequentemente, o homem possui uma dificuldade maior para buscar ajuda especializada ou compartilhar com amigos de confiança quando está sofrendo emocionalmente.
A Clínica de Recuperação Viver, especializada no tratamento para alcoolismo, esclarece que, muitos homens, quando estão com problemas emocionais, estresse, pressão no relacionamento afetivo, medo, angústia, raiva, ansiedade ou depressão, costumam buscar alívio em substâncias como bebidas alcoólicas e/ou outras drogas, pois não se sentem confortáveis e não foram treinados para lidar com essas questões da mesma forma que as mulheres.
Geralmente, para os homens, o acesso às bebidas alcoólicas costuma ser mais fácil, existe menos preconceito, o consumo é mais socialmente aceito, existe uma pressão maior dos membros que fazem parte dos grupos de convívio e, com o passar dos anos, eles foram aprendendo a lidar com situações de sofrimento psicológico através do uso de substâncias, tornando-se mais suscetíveis a desenvolver dependência.
Os fatores biológicos que contribuem para essa discrepância estão relacionados com a predisposição, que é mais elevada entre os homens e ao número de enzimas hepáticas que metabolizam o álcool, e que estão presentes em maior número nos homens.
Um último fator biológico também está relacionado ao metabolismo do álcool, que é mais eficiente entre os homens devido às diferenças no tamanho e na composição da relação entre massa muscular e gordura corporal.
